Happy Hour

- Vovô, o que é Happy Hour? – perguntou o pequenino ao idoso sentado na cadeira de balanço.
O velho de longos cabelos brancos olhou com ternura para o menino. Respirou profundamente. Aquelas palavras há muito tempo esquecidas voltaram à sua mente com um balde de lembranças.
- Minha criança – disse o idoso. – Houve uma época há muito tempo atrás em que as pessoas saíam de seu trabalho e iam para algum lugar beber ou conversar entre amigos. Era para relaxar após um dia cansativo de trabalho. Essa hora em que eles se reuniam fora do trabalho era chamada de happy hour ou hora alegra em nosso idioma.
- Eles saíam? Como assim? – perguntou o menino, em seu rosto um enorme ponto de interrogação. – Saíam para onde?
- Havia alguns bares ou padarias – respondeu o idoso. – Era para lá que eles iam.
- Sei, dentro da casa de um deles, né? – o menino sorriu.
- Não – o idoso sorriu com a ingenuidade da criança. – Eles realmente saiam para a rua. Era em lugares públicos que eles iam.
O menino olhou espantado. Aquilo parecia muito longe de sua realidade para que ele pudesse entender.
- Lugares públicos? Depois do trabalho? – perguntou o menino com os olhos arregalados de espanto. – Mas e os Cães de Caça?
O idoso olhou sério para o menino. Aquela pergunta lhe trouxe de novo à realidade. Ao mundo em que eles agora viviam.
- Nesta época não existiam os Cães de Caça – respondeu o idoso. – As pessoas podiam transitar livremente por locais públicos sem ter que ter prévia autorização.
A criança ouviu isso e arregalou os olhos. Sua ingênua mente estava confusa com todas aquelas informações recebidas naquele momento. Era um mundo novo, ou melhor antigo, mas que para ele parecia uma outra realidade. Sua mente infantil deu asas a sua imaginação e ele começou a sonhar acordado com aquelas palavras que seu avô havia lhe dito.
Ao ver que o menino parecia divagar em seus pensamentos, o idoso o trouxe de volta a realidade.
- Sente-se aqui – disse olhando o menino com ternura. – Vou lhe contar um pouco sobre essa época.
Ali enquanto falava sobre o passado, as lembranças foram retornando à sua mente já cansada pelo peso dos anos.
Lembrava-se de seu avô lhe contando as histórias de um povo que lutava, que se indignava. Riu da situação. Hoje era ele que ocupava o papel de seu avô. Estava diante de um jovem contanto sobre como era vida quando havia liberdade.
Lembrou-se então de uma das histórias que ele mais gostava. Pedia sempre para seu avô repetir. Sobre o dia em que o povo saiu às ruas com os rostos pintados com as cores da bandeira e invadiram o palácio do planalto e arrancara o presidente à força para fora. Ali o depuseram e acabaram com sua tirania.
Ele suspirou e bateu levemente na cabeça de seu neto.
- Sim – disse. – Houve uma época de liberdade. É uma pena que nossos pais escolheram a prisão...
O velho de longos cabelos brancos olhou com ternura para o menino. Respirou profundamente. Aquelas palavras há muito tempo esquecidas voltaram à sua mente com um balde de lembranças.
- Minha criança – disse o idoso. – Houve uma época há muito tempo atrás em que as pessoas saíam de seu trabalho e iam para algum lugar beber ou conversar entre amigos. Era para relaxar após um dia cansativo de trabalho. Essa hora em que eles se reuniam fora do trabalho era chamada de happy hour ou hora alegra em nosso idioma.
- Eles saíam? Como assim? – perguntou o menino, em seu rosto um enorme ponto de interrogação. – Saíam para onde?
- Havia alguns bares ou padarias – respondeu o idoso. – Era para lá que eles iam.
- Sei, dentro da casa de um deles, né? – o menino sorriu.
- Não – o idoso sorriu com a ingenuidade da criança. – Eles realmente saiam para a rua. Era em lugares públicos que eles iam.
O menino olhou espantado. Aquilo parecia muito longe de sua realidade para que ele pudesse entender.
- Lugares públicos? Depois do trabalho? – perguntou o menino com os olhos arregalados de espanto. – Mas e os Cães de Caça?
O idoso olhou sério para o menino. Aquela pergunta lhe trouxe de novo à realidade. Ao mundo em que eles agora viviam.
- Nesta época não existiam os Cães de Caça – respondeu o idoso. – As pessoas podiam transitar livremente por locais públicos sem ter que ter prévia autorização.
A criança ouviu isso e arregalou os olhos. Sua ingênua mente estava confusa com todas aquelas informações recebidas naquele momento. Era um mundo novo, ou melhor antigo, mas que para ele parecia uma outra realidade. Sua mente infantil deu asas a sua imaginação e ele começou a sonhar acordado com aquelas palavras que seu avô havia lhe dito.
Ao ver que o menino parecia divagar em seus pensamentos, o idoso o trouxe de volta a realidade.
- Sente-se aqui – disse olhando o menino com ternura. – Vou lhe contar um pouco sobre essa época.
Ali enquanto falava sobre o passado, as lembranças foram retornando à sua mente já cansada pelo peso dos anos.
Lembrava-se de seu avô lhe contando as histórias de um povo que lutava, que se indignava. Riu da situação. Hoje era ele que ocupava o papel de seu avô. Estava diante de um jovem contanto sobre como era vida quando havia liberdade.
Lembrou-se então de uma das histórias que ele mais gostava. Pedia sempre para seu avô repetir. Sobre o dia em que o povo saiu às ruas com os rostos pintados com as cores da bandeira e invadiram o palácio do planalto e arrancara o presidente à força para fora. Ali o depuseram e acabaram com sua tirania.
Ele suspirou e bateu levemente na cabeça de seu neto.
- Sim – disse. – Houve uma época de liberdade. É uma pena que nossos pais escolheram a prisão...