quinta-feira, maio 24, 2007

Novamente no Caminho

São nestes dias nublados que eu sinto o maior peso de meus pecados do passado. Ele me persegue e destrói aos poucos a minha força de vontade. Eu não sou forte o suficiente para resistir ao seu chamado. Eu já fui forte no passado, mas hoje a corrupção de minha alma é total e apesar de manter uma aparência de estar bem, isto é apenas aparência. Ele me enganou, achei que estava livre de sua influência, mas eu não estava. Estou preso a ele. Minha alma lhe pertence e meu espírito também. Não posso ser livre para amar... Ele quer mais almas para si, para sua própria glória. Eu só quero ser livre... As trevas em mim estão crescendo...Estou perdendo o controle... Logo, não mais eu existirei... Apenas ele existirá... E que o mundo tema se isso acontecer...

Um dia eu amei
Neste dia eu morri
Por amor já chorei
Por rancor já vivi

Fiz um acordo tão vil
Para nunca sofrer
Ouvi uma voz tão sutil
E isto impediu-me de ver

Escolhi ser mais forte
Para deixar de sofrer
Mas o que fiz foi ser tolo
E isto destruiu o meu ser

Minha vida tornou-se um vazio
Meu caminho tornou tão negro
Meu coração tornou-se tão frio
Minha dor multiplicou-se com o tempo

Agora só me resta lembrar
Da felicidade que um dia eu tive
E todos os dias me lamentar
Pois no Paraíso um dia estive

Este será meu caminho
Nele seguirei até o fim...

segunda-feira, maio 14, 2007

Purificação


O relógio dispara seu alarme. Eu acordo em um sobressalto. Estou em meu quarto. Minhas mãos tremem. Abro meus olhos. Minha vista está embaçada. Tento mexer as pernas. Elas não respondem. Estão dormentes. Respiro com dificuldade. Meu peito dói. Meu coração parece que vai explodir dento dele. O frio... Meu corpo está gelado. Meus dentes começam a bater ferozmente. O cobertor não é suficiente para afastar aquele frio sepulcral. Então eu me dou conta. Não tenho relógio, nem mesmo um despertador. O que eu ouvi então? O que me acordou? A dormência em minhas pernas, lentamente vai desaparecendo. Minha visão vai voltando ao normal pouco a pouco. Preciso levantar. Preciso me sentir vivo. Algo está errado. Eu sinto no fundo de minha alma um vazio. Algo aconteceu. Minhas lembranças estão confusas. Eu estava em outro lugar. Que lugar? Era um sonho? Com muita dificuldade eu me levanto. Meio cambaleante chego até a cozinha. O relógio marca uma duas da manhã. Não é possível. Fazia apenas uma hora que eu havia ido dormir. Mas parecia uma eternidade. O frio. Apesar do calor daquela noite eu tremia. O frio parecia vir de dentro para fora. Minha pele parecia ressecada. Agora meu corpo todo doía. Meu coração ainda batia em uma velocidade anormal. Minha garganta está seca. Encho um copo com água e o viro em um gole só. Tusso repetidamente e quase vomito. Minha garganta parecia rejeitar aquele líquido. Arrasto-me de volta para o quarto. O frio está insuportável. Coloco uma calça e duas blusas. Meu corpo ainda continua gelado. Deito-me. Preciso tentar dormir. O sono não vem. Então aos poucos as lembranças vão retornando. O sonho que tive vai ficando claro em minha mente. Meu espírito estava livre. Livre do fardo de arrastar um corpo. Meu espírito estava unido mais uma vez com o Cosmo. Não havia limites. Meu espírito e o Universo eram um só. Ao lado dele, outros espíritos se uniam. Todos eram parte de tudo. Não havia separação, distinção. A calma e a paz tanto almejada haviam sido alcançadas. Tudo o que fora não importava mais. Apenas o que era. Aquele momento único que parecia congelado na eternidade das coisas. Era como um tijolo na arquitetura cósmica. E ali diante de tudo estava o arquiteto. O regente de tudo. Então meu espírito ouviu. Não era uma voz. Era como um toque. Como se dentro dele algo ressoasse. “Você irá voltar”. E no mesmo instante meu espírito voltou para meu corpo. Foi o momento mais doloroso de toda minha vida. Não era um sonho. Mas também não era a realidade. Era uma mistura das duas coisas. Era a intersecção de tudo. O ponto mais tênue onde a realidade e a fantasia se encontram. Meu espírito não queria voltar, queria permanecer na paz e contentamento que estava. E meu corpo parecia rejeitá-lo. E quando enfim corpo e espírito se uniram novamente eu acordei. Essas lembranças ficam se repetindo em minha mente enquanto tento pegar no sono. Não consigo. O frio que sinto não me deixa dormir. Minhas pernas e meu peito continuam doendo. Sinto-me fraco. Como se não comesse ou dormisse há dias. Amanhece. Meu estado não melhora. Estou pálido. Não tenho fome. Não tenho sede. Dentro de mim uma sensação de tristeza. Sinto falta daquele lugar de meu sonho. Tudo à minha volta parecia vazio, sem sentido. E o frio perdurava. Não importasse quantas blusas eu colocasse, nada fazia o calor voltar a meu corpo. Após alguns dias me deteriorando dessa forma, fui ao médico. Ou melhor, me arrastaram ao médico. O doutor me examina. Não sabe o que eu tenho. Imagina que seja um vírus. Mas qual ele não faz idéia. Administra remédios comuns. Não fazem efeito. Apenas deixam-me mais letárgico do que eu já estava. Volto para casa. Pior do que eu estava antes de ir ao médico. Levam-me em outro médico. Assim como o anterior, ele me examina chega à mesma conclusão. Não sabe o que é. Apenas como parte do protocolo receita alguns remédios. Não fazem efeito. Volto para casa. Meu corpo dói muito. E o frio. Nada faz aquele terrível e sepulcral frio ir embora. Eu me entrego. Não deixo mais que me levem ao médico. Deixo que meu corpo tente se curar sozinho. E após uma semana como que por encanto isso acontece. Eu acordo. As dores sumiram. Meu corpo está quente. O frio desapareceu por completo. A cor de minha pele voltara ao normal. Todo o meu vigor havia retornado. Aquela terrível semana que eu havia passado, agora parecia apenas uma lembrança ruim. Mas o sonho ainda estava vivo em minhas lembranças. Era o primeiro sonho que não havia desaparecido em minha memória. Levantei-me e voltei a minha vida cotidiana. Todos se espantaram ao me ver bem de novo. E perguntavam o que eu tinha. Mas nem eu nem os médicos sabíamos o que tinha acontecido comigo. Mas afinal não importava. Eu estava bem de novo. E mesmo depois de um ano ter se passado a única coisa que eu ainda lembro é daquele sonho. Daquele lugar calmo tranqüilo. Onde o tempo e o espaço não importavam. Onde todos os sentimentos se uniam. Onde não havia dor nem medo nem pranto. E sempre que penso nesse lugar, algo dentro de mim suspira de tristeza e saudade. Algo dentro de mim anseia por aquele lugar, e por alguns instantes, eu sinto como se meu corpo ficasse muito pesado. Sinto como se meu espírito fosse sair livremente. Mas ele não sai. E então tudo volta ao normal. E a sensação desaparece como se nunca tivesse existido.

sábado, maio 12, 2007

Storm















Há quanto tempo eu estou nessa tempestade?
Tão subjulgado por essa forma informe do oceano
A água está muito dura para andar
Com essas ondas quebrando em minha cabeça

E se eu apenas pudesse te ver
Tudo ficaria bem
E se eu pudesse te ver
Essa escuridão viraria luz

E eu andarei sobre a água
E você vai me segurar se eu cair
E eu irei me perder em seus olhos
E tudo ficará bem
E tudo ficará bem

Eu sei q você não me trouxe aqui para me afogar
Então por que eu estou a dez pés de profundidade
de cabeça para baixo?
Mal sobreviver se tornou minha finalidade
Por que eu estou acostumado a viver a baixo da
superfície

E eu andarei sobre a água
E você vai me segurar se eu cair
E eu irei me perder em seus olhos
E tudo ficará bem
E tudo ficará bem

Stormlife
p/ R.R.P.O.

quinta-feira, maio 10, 2007

Quando a Música Terminar



Quando a música terminar
Quando a música terminar
Quando a música terminar

Apague as luzes
Apague as luzes
Apague as luzes

A música é sua amiga íntima
Dance no fogo se ela quiser
Música é a sua única amiga

Até o fim
Até o fim
Até o fim

Cancele a minha inscrição para a ressurreição
Mande minhas credenciais para a casa de detenção
Tenho alguns amigos lá dentro
O rosto no espelho não vai parar
A garota na janela não vai cair
Uma reunião de amigos
"Viva!", ela gritou
Esperando por mim
Do lado de fora

Antes que eu mergulhe
No grande sono
Eu quero ouvir
Eu quero ouvir
O grito da borboleta

Volte, baby

De volta aos meus braços
Estamos nos cansando de ficar parados
Aguardando com nossas cabeças junto ao chão

Eu ouço um som muito suave
Muito perto mas ainda muito distante
Muito brando, sim, muito claro
Venha hoje, venha hoje

O que eles têm feito com a terra?
O que eles têm feito com nossa irmã gentil?
Arruinaram e saquearam e a rasgaram e a morderam
A esfaquearam durante o amanhecer
A prenderam com estacas e a arrastaram

Eu ouço um som muito suave
Com seu ouvido colado no chão
Nós queremos o mundo e o queremos...
Nós queremos o mundo e o queremos...

Agora
Agora?
Agora!

Noite persa, baby
Veja a luz, baby
Nos salve!
Jesus!
Nos salve!

Então quando a música terminar
Quando a música terminar
Quando a música terminar

Apague as luzes
Apague as luzes
Apague as luzes

A música é sua amiga íntima
Dance no fogo se ela quiser
Música é a sua única amiga

Até o fim
Até o fim
Até o fim!
The Doors

terça-feira, maio 08, 2007

Gênesis Pessoal






















O que seus olhos diziam já não era

mistério,mais aquela frase a intrigou

Potencial, aproveite!

Do que estava tentando alertá-la?

Ela não sabia, de certa forma sentia

algo de diferente, que tinha por fazer,

mais não sabia...

Dias a dúvida assolou seus pensamentos

O tempo passou sentia-se mais segura

E com cotidiano lhe deixando cada vez menos

tempo para pensar acabou por deixar perceber

naturalmente

A situação em si tornou-se sustentável

Afinal o rancor nunca foi seu forte

Sentia-se fragilizada quando sentia tocar

a aversão alheia

Lembrava dos jardins, belos jardins...

A luz em meio os arvoredos que iluminava

seu rosto de forma singular e agradável

Sabia que era mais do que simples raio de sol

Sentia a essência mais sublime

Mais próxima de si, o calor lhe alegrava

A beleza acalmava...Havia cor melhor que

a do céu?

Aos poucos percebia que dentro de si era onde

florescia o que tinha de melhor, bastava ficar

alheia a este mundo de desatinos, se sentiu feliz

em sabê-lo e sabia que poderia abraçar o mundo

ainda, sentir a ternura e carícias infindas de todos

que amava......