terça-feira, novembro 28, 2006

Bad Dreams...

Christopher observa o abismo à sua frente. Uma lufada de ar quente sobe de lá de baixo de tempos em tempos. Ele já estivera aqui antes, há muito tempo atrás, mas dessa vez ele veio por conta própria. Ele precisa acabar de uma vez por todas com algo que lhe atormenta. Ele respira profundamente e em sua mente vem a lembrança do perfume, aquele perfume adocicado e suave. Ele se lembra da primeira vez que o sentiu. Ali naquele dia, começara sua queda. A lufada quente subiu novamente e o trouxe de volta de seu devaneio. Uma lágrima solitária desprendeu-se de seus olhos e percorreu seu rosto marcado pela dor. Ao chegar em seu queixo, a lágrima deixou a face de Christopher e mergulhou no abismo negro. Talvez houvesse outro caminho, mas ele temia. Temia não só por si, mas principalmente pela pessoa que lhe era mais cara. Olhando para a escuridão, ele pegou-se lembrando daqueles olhos. Castanhos, profundos. Havia algo de misterioso neles. Um ar ingênuo e ao mesmo tempo experiente. Como se diversos mundos habitassem aqueles profundos olhos. Christopher estremeceu só de lembrar deles. Sentiu-se indefeso, olhou para os lados, preocupado, tendo a nítida impressão que estava sendo observado. Mas não estava. Pelo menos não por quem ele achava.
- Christopher – uma melodiosa voz ressoou. – O que está fazendo aí?
- O que? – Christopher virou-se, procurando de onde vinha a voz, mas logo percebeu que a voz estava apenas em sua mente, em suas lembranças.
Cabisbaixo, Christopher voltou-se para o abismo.
- Pai!!! – gritou. – Aqui estou. Estou pronto para receber minha punição.
Novamente a lufada de ar quente subiu do abismo, mas dessa vez ela não parou. Todo o lugar começou a tremer. Um cheiro terrível de enxofre e carniça encheu o lugar. Que logo foi seguido de uma gargalhada sinistra.
De dentro do abismo “Ele” surgiu. Sua majestade era notória. Uma criatura fantástica e ao mesmo tempo bizarra e terrível. Gelaria o sangue até mesmo do mais forte mortal. Suas grandes asas se abriram e fizeram um semi-círculo em volta de Christopher, que ajoelhou-se no mesmo momento.
- Estou pronto, pai – disse Christopher.

***

Christopher despertou. Seu corpo todo doía. Lentamente, ele abriu os olhos. Olhou à sua volta. Sua vista ainda estava embaçada. Seu coração estava acelerado. Ele levou a mão ao peito. Tentou levantar-se, mas não conseguiu. Suas pernas e braços estavam dormentes. Calafrios percorriam seu corpo. Sua mente estava desorientada. Aos poucos sua visão foi voltando ao normal, mas os calafrios continuavam. Olhando à sua volta, reconheceu seu quarto. Tocou a superfície abaixo de seu corpo. Era sua cama. Ele estava de volta. Respirou profundamente e em seguida pegou no sono.

sexta-feira, novembro 24, 2006

" Fraqueza... "















Como sobreviver a isto? Não tenho mais idéias,
quando sinto a vontade é de lhe tirar a vida em um só arroubo........
Como pode em segundos pensar em lhe
arrancar as vísceras, tomar a liberdade, tirar a visão......
Pior ou melhor defeito é sempre defeito.
Então se cai na outra fraqueza, quero
fingir, quero fugir de quem realmente sou,
quero superar algo que sei ser parte de mim.
Bobagem escutar conselhos,
quando se sabe muito bem que não irá superar
isso, que no íntimo até gosta de ser assim porque
de certa forma lhe traz momentos de segurança.
Hipocrisia do mundo? hahah talvez realmente seja.
A loucura do domínio me assola, tão primitivo!
É quando fujo de minhas origens, quando as
camuflo, elas por si só aparecem, com mais ódio,
com mais ânsia de vencer minha hipocrisia ditada por
uma sociedade pútrida. E a vitória é inevitável,
quando luto, é como se sentisse a auto-destruição
dentro de mim, dilacera meu peito, leva meus mais leais,
sinceros, dignificadores sentimentos.. deixa a indignação,
a revolta, a vontade de vingaça são a avalanche em mim.
Como ser tão distinta em segundos?...
Todos são assim?...
Diferente sempre foi bom pra mim, cresci ao seu redor.
As escorraças me fizeram bem, forte não sei...fraca também não..
O que é tão frágil em mim me torna insana...
O forte ímpeto de sempre deixar eles seguirem seu curso,
eles tão falados por todos e compreendidos por nenhum...
Eles que julgam ser passivos, mais se revelam em segundos
Eles...........
Eu...........
Sem.......
Timentos....

quinta-feira, novembro 16, 2006

Filhos do Mundo

Almas perdidas
Vagando sem rumo
Corações amargurados
Sofrendo no mundo

Pessoas comuns
Tentando vencer
Criaturas tão tristes
Vivendo à sofrer

Almas tão simples
Desejos tão puros
Espíritos sofridos
Abandonados por tudo

Almas comuns
Procurando seu rumo
A felicidade almejada
Fugir do infortúnio

Pessoas perdidas
E desamparadas
Pois tudo tentaram
E renderam-se ao nada

Crianças em um mundo
Que não aceita fracassos
Tentando de tudo
Pra conquistar seu espaço

Filhos do sofrimento
Na dor se amparam
A vida é um tormento
Até as lágrimas secaram

São filhos do mundo
Nascidos na dor
Crianças sem rumo
Buscando o amor

terça-feira, novembro 14, 2006

Promessa...


Quando tudo parecer tristeza
Quando a alegria lhe abandonar
Pode sempre ter a certeza
Que estarei a lhe espreitar

Quando a amargura te cercar
Quando a raiva lhe dominar
Ao seu lado sempre estarei
Para de seu tormento me alimentar

Quando as trevas lhe envolverem
Quando sua luz se extinguir
Em meus braços lhe tomarei
Para sua alma destruir

Quando seu ódio for sua força
Quando sua dor lhe controlar
Eu serei sua agonia
Estarei sempre a lhe atormentar

Esta é minha verdadeira essência
Que aos poucos vai se libertar
Estes são meus verdadeiros sentimentos
Que ninguém poderá controlar

segunda-feira, novembro 06, 2006

Fire

















O fogo me consome .....
Pedras líquidas são rumores do que sinto

O calor revive em meu interior,

Vem como ciclone avassalar.......


Me domina...

Sinto..Passar..chegar.. fica em meu âmago

Não há sutileza.


Início do novo..bom, ruim não há escolha..

Talvez desta vez eu seja a escolhida...

Talvez desta vez não exista escolha........


Intenso, me fascina..Transe que se estende

Me leva, me deixo.......

Mais o que me faz sentir......

Delírio insensato

Instinto ..o sangue
Lábios



Me possui

Loucura

Preciso

Isso..


Conforto

Fantasia
Conto ilusorio que Amo................

Liderar..como saber


Algo desperta em mim

O som me transporta......

Mais.....

Preciso......

À Espreita...



A planície árida se estendia por toda a imensidão. A areia vermelha misturada com cinzas dava uma aparência macabra à região. Ao longe no horizonte, um imenso vulcão em erupção constante cuspia cinzas e lava. Não havia árvores, animais ou qualquer sinal de algo vivo. O céu estava negro, porém inúmeras estrelas projetavam sua fraca luz naquela aridez escarlate. E a pálida lua estava lá, fantasmagórica e sempre cheia. O tempo não passava ali. Aquela região parecia ter saído de uma obra de Dante, se existia um inferno, era com certeza aquele lugar. De tempos em tempos, o som das erupções preenchia o local, e depois vinha o silêncio. Silêncio quase sepulcral. Ali naquele lugar amaldiçoado pelos deuses, ele espera. Paciente, ele contempla a lua esperando o momento de sua volta. Já não sabe mais há quanto tempo está ali. Perdeu a noção há muito tempo atrás, quando sua humanidade desaparecera totalmente. Ali ele rumina sua vingança. Seu ódio já não pode ser medido em proporções normais, pois crescera de tal forma que dificilmente restaria outro sentimento em sua amargurada alma. Cada segundo é ocupado com a lembrança de sua perda. Sua dor foi grande um dia, mas hoje é apenas uma cicatriz incômoda, que como um ferimento de guerra, insiste em latejar constantemente. Ele sabe que logo chegará o momento de voltar, e ai poderá enfim executar o plano que há séculos tem planejado. Sua vingança perfeita. Uma imagem às vezes assalta sua abalada mente, mas ele já nem se lembra mais o que significa. Perdeu-se em seu passado de dor e sofrimento. A única coisa que ele tem certeza é quando chegar o momento oportuno ele fará o que tem que ser feito. A vingança. Só há lugar para o ódio. E assim ele contempla a lua pálida e fantasmagórica, esperando o momento de voltar. E rumina sua vingança. Esse é o seu castigo. Esse é o tormento. E mais uma vez o silêncio é quebrado pela explosão do vulcão e mais cinzas e lava se espalham na superfície árida daquela paisagem.