quinta-feira, agosto 16, 2012

Dias Cinzentos...



Aos poucos percebo o caminho que se forma diante de mim. Os dias já não têm mais a mesma graça. Passam diante de mim, e já nem mesmo me dou conta de que dia da semana é hoje. É estranho que só se perceba o quanto algo é importante, quando não se tem mais aquilo. Pequenas coisas que antes pareciam insignificantes, agora revelam o quanto eram importantes, o quanto faz falta. Não vejo mais cores, tudo parece tão apagado, tão cinzento. Mesmo o dia ensolarado que tanto eu amava, já não tem mais brilho. Queria poder voltar no tempo, voltar antes de perder o rumo, antes de deixar minha verdadeira essência de lado, para viver na ilusão do falso eu. Queria poder apagar as palavras ásperas, as ações impensadas, mas isso esta além de mim, além de qualquer um. Caminho como um morto-vivo, perdido sem a alegria de meus dias, sem o sorriso que me consolava que me dava esperança. Aqueles olhos que antes me confortavam, hoje carregam lágrimas que não consigo secar. Algo se quebrou no caminho, e não sei se posso consertar. Só me resta tentar, e sonhar... Sonhar que o pesadelo acabe, e que os dias voltem a ter a cor de outrora.

Sofrer é acordar todos os dias e não ver o seu sorriso...

Inferno é passar os dias que me resta na terra sem ter você ao meu lado...

Desespero é viver sabendo que eu poderia ter feito diferente...

Sonhar sem ter o seu olhar
É viver em eterna ilusão
Viver sem te amar
Será eterna condenação

Te amo...

quarta-feira, agosto 08, 2012

O Abismo...



O negro abismo cresce a cada segundo. Pouco a pouco vai engolindo tudo a sua volta. Destruindo a esperança de dias melhores, roubando a alegria dos dias claros da primavera, tomando de todos seus espíritos, levando ao mais completo desespero até mesmo os mais otimistas. Um grito agudo preenche o horizonte de incertezas, arrastando para o abismo das desilusões todo o amor e compaixão. Pouco resta de tudo ao final deste toque mordaz que não faz distinção de credo, cor, raça. Apenas arrasta tudo consigo. O chão antes sólido se desfaz em fina areia, tirando todo o suporte que ainda restava para os lares antes tão sólidos. O abismo cresce agora, alimentado pela raiva, pelo ódio e pela incompreensão. Se a esperança para muitos um dia foi o abrigo nas noites sem estrela, hoje ela é a fuga daqueles que já não tem mais forças para lutar. Olhares trocados sem lágrimas, suor com cores vermelhas exaltam o desespero que tudo toca, que tudo envolve. A noite sem estrelas atingiu a todos, e não existe esperança de que outras estrelas voltarão a brilhar.

O abismo se fortaleceu enquanto a luz dormia acreditando que o pior já havia passado...