
A morte vem para todos
Prenúncio para todos do fim
Anúncio de um novo começo
Alegrias e tristezas terminam assim
Sejam eles homens ricos
Fartos em seus acertos e negócios
Sejam eles miseráveis pobres
Presos na esperança e no ócio
O que há de tão igual em todos?
O que faz os seres humanos tão iguais?
O princípio e o fim dos tolos
Que se apegam em coisas tão banais
Mas a morte não separa credos
A morte não respeita valores
Escolhe sua vítima a esmo
Aumentando assim seus temores
A morte une todos os povos
Faz a distância diminuir
Apazigua inimigos jurados
Rixas antigas faz extinguir
Até amores não declarados
Com a morte vão se revelar
E as mentiras mais absurdas
Aos poucos vão se mostrar
A morte é o que impulsiona a vida
A morte inspira os poetas
A morte aproxima os amantes
E carrega até mesmo profetas
Santos padres também não escapam
De seu doce e macabro abraço
Rabinos tão justos e nobres
Com ela encontram terrível amparo
Doce e suave como uma brisa
Ela vem na noite escura
Dolorosa e muito sofrida
Pode vir como vil tortura
Alívio para os que muito sofrem
Desespero para os que na vida se apegam
Fim de tudo para os incrédulos
Evolução para os que ao apego renegam
Esse é o presente dos deuses
Dado ao homem com grande pesar
Para ajudar na evolução de sua alma
Que insiste em na vida se apegar